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O dia do Orixá

01/10/2013 18:43


Introdução

De muito tempo escutamos falar que segunda feira é dia de Obaluayiê, quarta feira dia de Ogun, sexta feira dia de Oxalá, e por ai vai, mas porque dedicamos estes dias a estes nossos Orixás.

         Sabemos que na África, em tempos remotos, só existiam semanas de quatro (4) dias, mas como isso se transformou no que temos hoje e o porquê desta transformação.

 

         A adoção da semana de sete dias foi uma necessidade premente para que aqueles povos pudessem ficar "em dia" com o calendário gregoriano universalmente adotado.

 

        Com relação à sacralidade emprestada às sextas feiras, pode-se observar não somente a influência cristã como também a  muçulmana, visto ser, para os islamitas o dia do descanso divino após o término da criação, da mesma forma que os sábados para os judeus e os domingos para os cristãos.

 

         O hábito de se usar roupas brancas nas sextas feiras é oriundo do Islã e a abstinência de carne e até mesmo da prática do sexo encontra sua origem na observação destes costumes impostos pelo cristianismo, considerando-se ter sido neste dia da semana que o seu líder e inspirador, Jesus, teria falecido.

 

         Mas, seja de que forma for à relação "Orixá - dia da semana" seria  muito mais um fruto do sincretismo do que propriamente de qualquer fundamentação legítima.

 

          Sabemos ainda que, no Brasil, o sincretismo foi útil um dia como disfarce para a prática litúrgica de nossos ancestrais, mas que hoje se tornou obsoleto e até pernicioso, na medida em que produz distorções no entendimento de alguns adeptos em relação aos Orixás em sua natureza e essência, ao observarmos que, algumas pessoas mal informadas, ainda os confundem com os santos católicos e até mesmo com símbolos impessoais desta religião.

 

           Adotada essa postura com relação à designação da sexta-feira como dia de Orísála, perpetuou-se ela no tempo, sendo este, bem como as designações dadas aos demais dias ligando aos diversos Orixás, já uma tradição e cultura incorporada ao Candomblé. Como não somos Religião Tradicional Africana e não utilizamos as designações por ela dadas aos dias - e a respeito diga-se que na África atual ocorre situação semelhante, pois o calendário local é o gregoriano e os demais dias já foram distribuídos pelos Orixás - não temos por que mudar o que já se afirmou como cultura.  Mesmo por que, se deu certo até hoje, certamente dará no porvir.

 

 

           Para que possamos entender como isso ocorreu, teremos que retornar ao passado e darmos um passeio em algumas civilizações antigas para que possamos entender o que temos hoje.

 

Calendários

Desde os primórdios da civilização, a contagem e o registro do tempo se mostraram como uma necessidade cada vez mais premente. Durante muito tempo o ciclo da Lua serviu como base para esta medição.

 

Os povos antigos, com seus rústicos meios de medição, criaram vários calendários, mas quase todos tentavam, de alguma forma, ajustar o tamanho do ano ao número de lunações, o que finalmente se mostrou incompatível. É importante notar que não importa a maneira de se dividir o ano, em 10, 12 ou 18 meses, já que esta divisão é apenas uma convenção. O importante foi à determinação do número de dias do ano.

Calendário Lunar

Nasce entre os povos de vida nômade ou pastoril. Baseado nas fases da Lua, o dia começa com o pôr-do-sol. Grupos religiosos declararam que o mês começou quando eles avistaram o primeiro crescente no leste (período sinódico) e determinaram o primeiro dia do mês.

O ano é composto de 12 lunações de 29 dias e 12 horas (ou seja, meses de 29 a 30 dias intercalados), num total de 354 ou 355 dias. A defasagem de 11 dias em relação ao ano solar (365 dias) é corrigida pela inclusão de um mês extra periodicamente. Para que os meses compreendam números inteiros de dias, adota-se o emprego de meses alternados de 29 e 30 dias.

Hoje em dia, a lua como marcação de tempo é basicamente usada para reviver os festejos religiosos:
    -  O Alcorão ensina aos maometanos olhar a primeira lua nova para iniciar o jejum de Ramadan.
    - O primeiro dia do calendário judaico (Rosh Hashana) cai na primeira lua cheia após o equinócio de setembro.

-   A Páscoa dos católicos cai no primeiro domingo depois do equinócio da primavera (hemisfério norte).

-   A civilização dos Incas trabalhou com calendário sideral.

   - Na Índia, os primeiros calendários dão maior importância aos movimentos da lua através das estrelas (período sideral) dando ao mês 27 ou 28 dias.

   - Os Maias tiveram o único calendário não lunar do mundo.

    A maioria das culturas achou difícil de aceitar por causa da época da plantação. Os antigos astrônomos observaram períodos de plantio e colheita. Para corrigir isto, os antigos astrônomos gastaram anos para achar algo que desse certo: a adição de um ano bissexto.
     Fevereiro com 29 dias a cada 4 anos, faz o calendário ocidental. Isto sincroniza mais com o período orbital da terra.

O calendário maometano, o único calendário lunar ainda em uso hoje.

 

Calendário Egípcio

 

Primeiro calendário da história da humanidade e começa com a enchente anual do rio Nilo. Surge por volta de 3000 a.C. O ano tem 365 dias, divididos em 12 meses de 30 dias e mais cinco dias extras, dedicados aos deuses.

Os egípcios são os primeiros a utilizar um calendário solar , embora os 12 meses de 30 dias sejam de origem lunar. O ano tem 365 dias - e 6 horas a menos que o ano solar, o que significa atraso de um dia a cada quatro anos.

Havia três estações determinadas pelo fluxo do rio Nilo: Cheias (akket); Semeio (pert) e Colheita (shemu). A relação entre as estações definidas pelo Nilo e as estações naturais era feita pelo nascer heliacal da estrela Sirius, conhecida dos egípcios pelo nome de Sothis. A primeira aparição da estrela no céu da manhã, depois da sua conjunção com o sol determinava o início da contagem das estações das Cheias.

O calendário egípcio foi reconhecido pelos astrônomos gregos e tornou-se o calendário de referência da astronomia por muito tempo. Copérnico usou-o para construir suas tábuas da lua e planetas.

Já no ano 238 a.C., o Rei Ptolomeu III tentou acrescentar um dia extra ao calendário a cada 4 anos, como no ano bissexto atual. No entanto sua proposta não teve eco. Somente entre 26 a.C. e 23 a.C., a modificação é realizada, sob o império romano na mão de Augusto que introduziu tal modificação no calendário.

              Meses Egípcios

1. thoth

2. phaophi

3. athyr

4. choiak

5. tybi

6. mechir

7. phamenoth

8. pharmouthi

9. pachons

10. payni

11.epiphi

12. mesore

O ano egípcio de 23-22 a. C possui o mês correspondente a agosto com 30 dias. A partir de então, este mesmo mês voltou a possuir 29 dias salvo nos anos bissextos, quando tinha um dia a mais. Esse novo calendário passou a se chamar Alexandrino.

Esta reforma não foi aceita integralmente e os dois calendários permaneceram paralelos até pelo menos 238 d.C. Os astrônomos e astrólogos mantiveram a notação antiga. Ptolomeu usava-o, salvo no tratado de fenômenos anuais em que o novo calendário tinha mais conveniência.

Os persas adotaram o antigo calendário egípcio em 500 anos a.C. Não é bem certo se foi adotado exatamente ou com modificações. Os armênios ainda o adotam. Os três últimos meses do calendário armênio correspondem exatamente aos três primeiros do antigo calendário egípcio. Em seguida vêm os cinco dias finais, característicos deste.

O calendário alexandrino é ainda usado na Etiópia, na igreja Cóptica e para fins de agricultura no moderno Egito e vizinhos do norte da África.

 

Calendário Romano

O primeiro calendário romano foi criado por Rômulo em 753 a.C., ano de fundação de Roma, baseado no calendário egípcio. Era um calendário lunar, e tinha 304 dias, divididos em dez meses, dez meses lunares, seis de 30 dias e quatro de 31, desde Março a Dezembro. O primeiro mês é o Martius (março) e adota a meia-noite para início do dia.

Mês

Duração

Descrição

Martius Aprilis Maius Junius Quintilis Sextilis September October November December

31 dias
30 dias
31 dias
30 dias
31 dias
30 dias
30 dias
31 dias
31 dias
30 dias

Consagrado a Marte, deus da guerra
dedicado a Apolo, deus da beleza
dedicado a Júpiter, deus do Olimpo
dedicado a Juno, esposa de Júpiter
-
-
significa sétimo
significa oitavo
significa nono
significa décimo

 

Numa Pompilius, que por tradição foi o segundo rei de Roma (715-673 d.C ), discípulo de Pitágoras, reconhece a necessidade de se instalar um calendário com base astronômica. Elabora um calendário solar composto de 355 dias distribuídos em 12 meses.

          Supersticioso, considerava os dias pares azarados. Por isso, diminuiu um dia dos seis meses de 30 dias. Aos seis dias juntou mais 51, formando dois novos meses.

          Januarius, com 29 dias, é colocado sob a proteção de Janus, o deus da paz, representado por duas faces, uma olhando para o passado (fim do ano) outra para o futuro (ano novo).
          Februarius, com 28 dias, azarado por ser número par, é dedicado ao deus da purificação dos mortos, Februa. Sua denominação faz referência à "febre", é o mês das doenças, considerado de mau agouro.

Assim, o ano fica com 355 em vez de 354, que era o valor do ano lunar, para evitar o suposto azar de um número par. A cada dois anos, há um 13º mês, Mercedonius, com 22 ou 23 dias.

Os anos no calendário romano eram chamados de a.u.c. (ab urbe condita), a partir da fundação da cidade de Roma. Neste sistema, o dia 11 de janeiro de 2000 marcou o ano novo do 2753 a.u.c.

O imperador Júlio César reforma o calendário romano criando o calendário Juliano.

 

Calendário Judaico

O calendário judaico, diferentemente do gregoriano, é baseado no movimento lunar. Onde cada mês se inicia com a lua nova (quando é possível visualizar o primeiro reflexo de luz sobre a superfície lunar. Antigamente o calendário era determinado simplesmente por observação).

O grande problema com o calendário lunar é que se compararmos com o calendário gregoriano temos em um ano solar 12,4 meses lunares, o que ocorre uma diferença a cada ano de aproximadamente 11 dias, para compensar esta diferença, a cada ciclo de 19 anos acrescenta-se um mês inteiro (Adar II).São acrescidos no terceiro, sexto, oitavo, décimo primeiro, décimo  quarto, décimo sétimo e décimo nono anos desse ciclo.

Início da contagem
O início da contagem do calendário judaico se refere à criação do mundo.

Os meses do calendário judaico
O primeiro mês do calendário judaico e o mês de Nissan, quando temos a comemoração de Pessach. Entretanto, o ano novo judaico ocorre em Tishrei (quando é acrescentado um número ao ano anterior).

Mês

Duração

Equivalente ao calendário gregoriano

Nissan
Iyar
Sivan
Tammuz
Av
Elul
Tishrei
Heshvan
Kislev
Tevet
Shevat
Adar
Adar II

30 dias
29 dias
30 dias
29 dias
30 dias
29 dias
30 dias
29/30 dias
30/29 dias
29 dias
30 dias
29/30 dias
29 dias

Março-Abril
Abril-Maio
Maio-Junho
Junho-Julho
Julho-Agosto
Agosto-Setembro
Setembro-Outubro
Outubro-Novembro
Novembro-Dezembro
Dezembro-Janeiro
Janeiro-Fevereiro
Fevereiro-Março
Março-Abril

 

 

Calendário Grego

Na Grécia, cada Cidade-estado tem seu calendário, embora todos sejam semelhantes. A princípio lunares, tornam-se lunissolares. O mais difundido é o ateniense.

Usado na Grécia antiga, originário de Atenas, é formado por 12 meses de 29 (meses cavos) e 30 dias (meses plenos) alternados. Ano de 354 dias, mais curto que o ano solar cerca de 11 dias. Para manter a coincidência dos meses lunares com o ano solar, os atenienses intercalam um 13º mês. Existem anos de 354 ou 355 dias e outros de 384 ou 385 dias. Para disciplinar o uso desses diferentes anos, institui-se um ciclo de oito anos, que compreende cinco anos de 354 e três de 384 (com 30 dias nos meses 3, 5 e 8). O ajuste, para que as festas religiosas sejam celebradas nas mesmas fases lunares e estações do ano, apresenta uma diferença (atraso) de 3 dias em 16 anos.


Os atenienses não conhecem a semana, dividem o mês em três dezenas.

Por volta de 432 a.C., o astrônomo Méton descobre um ciclo de 19 anos, que permite uma concordância lunissolar muito maior (a cada 19 anos, as mesmas fases da Lua ocorrem nos mesmos dias do ano). Os atenienses escrevem a descoberta em letras de ouro no templo de Atenas. De acordo com o ciclo metônico, os anos 3, 6, 9, 11, 14, 17 e 19 têm 13 meses e o restante, 12.

Meses atenienses:

 

Mês

Descrição

hekatombaion
metageintnion
boedromion
pyanopsion
maimakterion
posideion
gamelion
anthesterion
elaphebolion
mounikhion
thargelion
skirophorione

mês das hecatombes, isto é, dos sacrifícios
dos despejos
das corridas
das favas cozidas, festejando Apolo
das tempestades, celebrando-se festas para acalmar Zeus
consagrado ao deus Poseidon, ou Netuno
das núpcias
das flores
da caça aos veados
de Ártemis de Munychion
da festa de Apolo e Ártemis
da festa feminina em honra de Atena, ou Minerva

 

Calendário Babilônico

Um dos calendários mais antigos compreende 12 meses lunares (divididos em quatro semanas), de 29 ou 30 dias cada um, cujo início é assinalado pelo aparecimento da lua nova.

O ano tem 354 dias, 11 dias a menos que o ano solar. Ao fim de três anos há uma defasagem de cerca de um mês em relação ao ano solar. Para resolver essa diferença foi acrescentado um mês complementar (13º mês) ao final de cada período de três anos.

Meses babilônicos

1. tishrê

2. cheshvan

3. kislev

4. tevet

5. shevat

6. adar

7. nissan

8. iyar

9. sivan

10. tamuz

11. av

12. elul


O mês suplementar é introduzido após elul ou adar, conservando o mesmo nome seguido da indicação de segundo.

Para determinar a época de acrescentar o mês complementar, observava-se o nascer de determinadas estrelas e constelações. Muitas observações causavam erros.
Chegou-se a colocar dois meses suplementares no mesmo ano.

Em cerca de 480 a.C., os babilônios adotam um ciclo de 19 anos, no qual introduzem os meses complementares em sete anos. Dessa forma conseguem maior concordância entre o ano lunar e o solar.

A antiga cidade da Babilônia na Mesopotâmia, no reinado de Nabucodonossor II, era uma maravilha para os olhos dos viajantes. "Além do tamanho, escreveu o historiador Heródoto, em 450 a.C., a Babilônia ultrapassa em esplendor qualquer cidade do mundo conhecido até hoje".

Jardins Suspensos: Relatos indicam que foram construídos pelo rei Nabucodonosor, que reinou por 43 anos, a partir do ano 605 antes da nossa era. Este período marca o apogeu e influência tanto da Babilônia quanto de Nabucodonosor, que construiu uma infinidade de templos, ruas, palácios e muralhas. Sabe-se que os Jardins foram construídos para alegrar a amada esposa de Nabucodonosor, a Rainha Amyitis, que sentia saudades das montanhas verdejantes de sua terra natal.

 

Calendário Chinês

 

O calendário surgiu com o terceiro herói cultural, Huang-ti, o Senhor Amarelo ou Senhor Augusto. Foi introduzido em 2.637 a.C., baseado nas fases da lua e, posteriormente, no ano lunissolar de 12 meses.

Cada mês pode ter 29 ou 30 dias e o ano tem 354 ou 355 dias. Comporta dois ciclos: um de 12 anos (354 ou 355 dias, ou 12 meses lunares) e um de sete anos (com anos de 383 ou 384 dias, ou 13 meses). Os chineses inserem meses adicionais em intervalos fixos para resolver a diferença entre o ano solar (365 dias) e o ano lunar (354 dias). O ano novo começa sempre em uma lua nova, entre 21 de janeiro e 20 de fevereiro.

O calendário chinês é o mais antigo registro cronológico que há na história dos povos. E com o calendário, onde cada ano recebe o nome de um dos 12 animais: galo, cão, porco, rato, búfalo, tigre, gato, dragão, serpente, cavalo, cobra e tigre, gato, dragão, serpente, cavalo, cobra e macaco, surgiu o horóscopo chinês, os 12 signos animais ou subdivisões do mundo (que formam o Astral Chinês).

Os anos do Dragão repetem-se a cada 12 anos. O ano do Dragão Dourado ocorre uma vez a cada 3000 anos (ocorreu no nosso ano 2000) e é suposto trazer a harmonia completa dos cinco elementos da filosofia chinesa (metal, madeira, água, fogo e terra), o que se refletiria em um sentimento de felicidade para todos.

 
 
 
 
 
 
 

Calendário Mulçumano

 

Baseado no ano lunar de 354 dias, 355 nos anos abundantes, com 12 meses de 29 ou 30 dias intercalados. O mês começa quando o crescente lunar aparece pela primeira vez após o pôr-do-sol. Tem cerca de 11 dias a menos que o calendário solar. Para ajustar essa diferença, num ciclo de 30 anos, 11 anos são abundantes, com 355 dias (e o restante, 19 meses, tem 354).

O ano 1 é a data da Hégira, a fuga de Maomé  de Meca para Medina, em 16 de julho de 622.

Os muçulmanos consideram o pôr-do-sol o começo de um novo dia. O dia santificado é a sexta-feira.

Para fazer uma aproximação entre os anos muçulmanos e gregorianos:
tira-se 622 (ano da Hégira) do ano em curso multiplica-se o resultado por 1,031 (número de dias do ano gregoriano dividido pelo número de dias do ano lunar).


Exemplo: 2002 - 622 = 1380
                1380 x 1,031 = 1422.

Meses Islâmicos

1. muharram

2. s afar

3. rajab

4. chawaal

5. chaaban

6. ramadã

7. dhul queda

8. dhul hajja

9. rabi I

10. rabi II

11. jumada I

12. jumada II

 

Calendário Inca

A palavra inca significa "príncipe" ou "chefe".

Não há muita documentação precisa sobre o calendário incaico, já que essa cultura passou por maior destruição por parte dos conquistadores. O conhecimento preciso das constelações levou a impressionantes semelhanças com as figuras usadas pelos criadores do Zodíaco para representá-las, e com os signos zodiacais.

O observatório de Cuzco era o responsável pela base do calendário incaico: possuía oito torres voltadas para o nascente e outras oito apontando para o poente, com alturas desiguais (duas pequenas intercaladas entre duas bastante altas). Sua sombra projetada no terraço ao redor permitia aos observadores imperiais definir a exata situação dos solstícios, enquanto as colunas zodiacais (curiosamente semelhantes ao zodíaco caldeu) permitiam definir os equinócios.

Essa exatidão do ciclo de 260 anos sagrados em relação ao exato movimento do Sol, possuía uma diferença de apenas 0,01136 de dia, ou seja, um pouco mais de um centésimo de dia. O calendário asteca dava aos dias nomes próprios que correspondiam a números de ordem no decorrer do mês.Os dias corriam de 1 a 20, e os festivais eram comemorados no último dia do mês

Comparação do calendário Inca com o Zodíaco

Signo incaico

Significado

no Zodíaco

Tarruca
Mirku-Kcoyllur
Chackana
Mama-Hana
Miki-Kiray

Animal veloz e dotado de chifres
Estrelas juntas
Balança
Mãe do céu
Tempo da água

Capricórnio
Gêmeos
Balança
Virgem
Aquário

 

 

Calendário Maia

O calendário Maia era agrupado num ciclo de 52 anos em que os nomes e os números não se repetiam. Os dias e os meses eram expressos pela reunião de dois nomes e dois números, formando um grupo de quatro sinais. Assim, diriam "quinta-feira, agosto, 1924" na forma:

4 Ahau 8 Cumhu
9 Imix 19 Zip

O ano era formado por 365 dias, numerados dentro dos meses de zero a 19.Além do número de ordme, os maias batizaram cada dia com um nome próprio (9 = Imix). Usando o sistema vigesimal de contagem, de zero a 19, o algarismo colocado acima da unidade vale 20 vezes mais.

Para fins religiosos e para garantir exatidão ao sistema, os maias também dividiam o ano em 28 períodos de 13 dias cada um, mais um dia suplementar. Esses grupos, numerados seguidamente de 1 a 13, sucediam-se como as nossas semanas. O dia suplementar impedia que a data, o mês e o ano se repetissem dentro do ciclo de 13 anos, evitando confusão. Essa operação, combinada com a progressão de cinco dias dos nomes dos meses, fazia com que depois de 52 anos (4x13) o mesmo número de dia e o mesmo nome de dia incidisse com o mesmo dia do mesmo mês.

Além disso, os maias calcularam que como 20 e 13 não possuem divisor comum, o nome de um dia é acompanhado por determinado número apenas uma vez num período de 260 dias, ciclo esse chamado de Tonomatl. O ano civil era dividido em 18 meses de 20 dias cada um (de 0 a 19):

Meses Maias
(Uayeb era o nome do grupo de dias suplementares)

Pop
Uo
Zip
Zota
Tzec
Zul

Yaxqin
Mol
Xhen
Yax
Zac
Ceh

Mac
Kankin
Muan
Pax
Kayab
Cumhu

 

 

 

Calendário Asteca

O calendário asteca era basicamente igual ao dos maias.O ano possuí início no solstício de inverno com um ciclo de 18 meses de 20 dias cada e mais um curto período, ou mês diminuto de 5 dias.

Com 104 anos comuns tinha-se um grande ciclo no qual intercalavam 25 dias.

Laplace, matemático, dizia que o ano-trópico asteca era mais exato do que o de Heparco.

Essa exatidão do ciclo de 260 anos sagrados em relação ao exato movimento do Sol, possuía uma diferença de apenas 0,01136 de dia, ou seja, um pouco mais de um centésimo de dia. O calendário asteca dava aos dias nomes próprios que correspondiam a números de ordem no decorrer do mês.Os dias corriam de 1 a 20, e os festivais eram comemorados no último dia do mês.

 

A escrita da data informava o ano em curso, o número e o nome do dia, sem mencionar o dia do mês e o próprio mês.Para citar uma ocorrência de longa duração, os astecas informavam apenas o ano em curso.

 

Nomes no calendário asteca

Dias correspondentes no mês

Cipactili
Ehecatl
Calli
Cuetzpalin
Coatl

Miquiztli
Mazat
Tochtli
Atl
Itzcuintli

Ozimatili
l Mallinalli
Acatl
Ocelotl
Quauhtli

Cozcaquauhtli
Ollin
Tecpatl
Quiauitl
Xochitl

4
5
1
2
3

9
10
6
7
8

14
15
11
12
13

19
20
16
17
18

               
 

 

 

 

Os meses no calendário asteca eram 18, totalizando 360 dias, mais cinco dias suplementares, denominados Nemotemi ou "dias vazios"

Meses astecas

Atlcaualco
Tlacaxipeualiztli
Tozoztontli
Uei Tozoztli
Toxcatl
Etzalqualiztli

Teccuiluitontli
Uei Tecuiluitl
Tlaxochimaco
Xocoueztli
Ochpaniztli
Teotleco

Tepeiluitl
Quecholli
Panquetzaliztli
Atemoztli
Tititl
Izcalli

 

 

Calendário Universal

 

Com o passar dos anos e o aumento da necessidade, os esforços concentraram-se ao redor de um plano único, o calendário universal, ao qual já aderiram várias nações. Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá e muitos outros países deram sua aprovação aos estudos relativos a um novo calendário.

 

Terá como principais as seguintes características:

Perpétuo: Os anos serão uniformizados, os trimestres e semestres de igual duração.
Isto será obtido dando-se 31 dias ao primeiro mês de cada trimestre e 30 dias aos dois seguintes. Desse modo, o ano, com 12 meses, terá 4 meses de 31 dias, e 8 meses de 30.

 

Conclusão

 

Bem, como podemos ver, os nossos antepassados africanos eram muito menos ignorantes do que  imaginam hoje aqueles que não conhecem a história do berço da atual civilização. Aliás, um senão que muitos deveriam procurar sanar, não só por sua grandeza e riqueza, mas por nos fazer mudar muitos conceitos sobre a África de forma geral.

 

 Ora, detentores desse conhecimento, das libações destinadas naqueles tempos a Deuses de outros - e o sincretismo nasceu na África e não aqui nas Américas -, utilizaram esses calendários para montar o calendário local do Candomblé.

 

Por que devemos manter qualquer tipo de "traço de união" com religiões que nos combatem, que nos ofendem que nos perseguem e que classificam nossos Orixás de demônios ou coisas piores?

 

Por que devemos adotar como sagrado o que eles classificam de sagrado se não respeitam, como reciprocidade, o que é verdadeiramente sagrado para nós?

 

Não seria chegada a hora de nos desvencilharmos definitivamente de qualquer vínculo ideológico com tais inimigos potenciais?

 

Não seria chegada a hora de deixarmos claro que nossos Orixás são Orixás em tempo integral, ou seja, que todo dia é dia de Oxalá, de Xangô, de Ogun e, por conseguinte, de todos os Orixás?

 

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